JUSTIFICATIVA:

 

Forma de homenagear o ilustre morador, que de certa forma é um dos primeiros moradores do bairro e um dos responsáveis pela cultura esportiva no Jardim dos Ipês, tendo em sua biografia destaque a sua vontade de propagar e incentivar o Esporte em nossa cidade.

 

José Maria Lopes Moreno, filho de Afonso Lopes Garcia e Maria Josefa Moreno, nascido em doze de Janeiro de 1916 em Peal de Becerro - Jaen - Espanha, veio com sua família aos sete anos para o Brasil num navio de imigrantes para trabalhar junto às lavouras de café.

 

Apesar da tenra idade e do rigoroso frio europeu, já trabalhava na sua primeira infância guardando carneiros na Espanha, isto é, tomando conta dos animais.

 

Aqui chegando, em solo brasileiro, a família iniciou seu trabalho nas fazendas de café, na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, como era costume para as famílias imigrantes de modo geral, após alguns anos mudaram-se para Sorocaba.

 

Trabalhavam nas horas vagas plantando tudo o que necessitavam para o seu sustento como verduras, batata, cenoura, arroz, feijão e assim podiam manter-se, apesar das inúmeras dificuldades financeiras.

 

Aproximadamente aos vinte anos, sua grande paixão por esportes pode finalmente ser colocada em prática, pois conseguiu montar um time de futebol, sendo que ele próprio era um dos jogadores e técnico; como goleiro, tínhamos Galileu Martinez, outro saudoso morador do bairro.Vez por outra, José Maria alugava um caminhão e transportava seu time, disputando assim muitos campeonatos. O time tinha como sede a chácara de João Morales, atualmente Jardim do Sol. Outro integrante do time foi Oberdan Catani, que mais tarde tornou-se muito famoso como goleiro do Palmeiras e da Seleção Brasileira.

 

José Maria, também foi sócio durante muitos anos do Palmeiras, Palestra Itália na época, seu time do coração. Naquela época era o único time que aceitava estrangeiro como jogador profissional e José acalentava um sonho em seu coração de ser um grande jogador, mas a vida reservara outro caminho para ele.

 

Para manter seu time do Jardim do Sol, necessitava angariar fundos junto à sociedade, sendo assim, realizou muitos bailes no Jardim do Sol, era costume na época vender uma flor ao cavalheiro para que ele tirasse a dama para dançar a valsa. Toda a renda era revertida para a manutenção do time.

 

Portanto, levantar-se aos primeiros raios de sol, trabalhar incansavelmente na lavoura durante todo o dia e somente ao final da tarde jogar a tão sonhada partida de futebol, tendo ainda aos sábados a oportunidade de deslizar pelo salão de baile, ao som de belas valsas, era a rotina do jovem trabalhador espanhol.

 

Ainda relembrando seu gosto por esportes, disputou campeonatos de bocha no Jardim do Sol, na propriedade de Galileu Martinez, tendo inclusive ganho vários troféus com seu parceiro Francisco Morales Rodrigues. Atualmente, em sua chácara na Rua Doroti de Oliveira, existe um campo de bocha, feito em sua homenagem por seu filho Ailton.

 

Trabalhou durante anos na antiga Saira (atual Campari), contraiu matrimônio com Josepha Morales Lopes, dando-nos o exemplo de um estável e duradouro casamento de 60 anos, tiveram dois filhos, Ailton e Élida, e quatro netos.

 

José jogou futebol até os setenta anos num campo de sua propriedade. Sabia como ninguém, acalmar os ânimos exaltados dos jogadores, sempre com a sabedoria e a calma dos que muito viveram e aprenderam. Nunca lhe faltou, porém, o pulso firme para exigir de todos caráter e retidão dentro e fora do campo de futebol.

 

José terminou seus dias morando em sua chácara no Jardim do Sol, aos 89 anos, dando-nos o exemplo de coerência e simplicidade, amizade e fortaleza, características de pessoas especiais como era José Maria Lopes Moreno.

 

Desta forma, solicito aos Nobres pares a aprovação do presente Projeto de Lei, como forma de prestar esta justa homenagem.

 

S/S., 11 de fevereiro de 2011.

 

Geraldo Reis

Vereador.